O que a pílula anticoncepcional fez comigo



Tenho postado bem pouco aqui no blog, isso têm me entristecido.
Estou imensamente feliz com a quantidade de seguidores que a página conseguiu em tão pouco tempo (14k até agora), e com a campanha #30diasdeempatiamaterna as pessoas estão conseguindo visualizar melhor as nossas pautas. Inclusive, queria agradecer a cada uma e cada um de vocês que têm acompanhado, seguido, compartilhado, mandado inbox (e não é pouco, hein), eu tô muito feliz. Jamais pensei que conseguiria ajudar tanta gente, vocês estão me fazendo um bem que nem imaginam!

Mas o blog é meu diário, né? É onde eu desabafo. Onde escrevo tudo o que me dói o coração.
E hoje vou escrever exatamente o que está me doendo o coração. Sobre algo que também tem a ver com essa ausência toda de textos no blog.

Na página, eu viro e mexe posto alguns memes referentes aos males que a pílula anticoncepcional pode causar. E foi graças ao meu primeiro post sobre, que a página hoje tem 14k likes. Esse assunto mexe muito com as mulheres, e eu sempre fiquei impressionada com isso: como até hoje o anticoncepcional é revolucionário e muitas vezes impactante pra maioria delas.

Os males que o AC causa não são poucos. Embora sua eficácia contra a gravidez seja em volta de 97%, e em muitos casos ele diminua espinhas, cólicas, regule a menstruação e alivie sintomas de doenças como endometriose e síndrome do ovário policístico, o preço a pagar por isso, para algumas mulheres, é bem caro.

Hoje postei essa imagem na página:


Em somente um grupo de contracepção, mais de 100 meninas responderam. 80% delas, respostas negativas. Perda de libido, força muscular, piora das cólicas, estresse, ganho de peso, falta de vitaminas, trombose, avc, varizes, falta de ânimo, cansaço, e até filhos (ora vejam só, pra quê se toma isso mesmo?). Embora hoje em dia as pílulas levem uma carga muito menor de hormônios do que há 40 anos atrás, elas continuam sendo produzidas de um modo mortificante para a mulher que a usa (salvo exceções, claro).

E muito da minha ausência, têm a ver sobre o que o anticoncepcional fez comigo.

 Eu tenho um filho de 2 anos e 5 meses. Engravidei aos 19, sem a menor estrutura pra ter um filho, no meio da faculdade e sem emprego. Vocês podem imaginar o medo que eu tenho de engravidar novamente, né?
O Gael, sozinho, já me deixa fazer apenas 50% do que eu queria/deveria fazer na vida. Imagina o Gael e mais um.

Por isso, logo depois que comecei a ter um relacionamento sério com o Gabriel, retomei o anticoncepcional. Como não me engordava, tava ok. Sem espinhas. Sem menstruar (tomo ac contínuo). Sem cólicas absurdas. Sem engravidar. Maravilha.

Mas meu ânimo era de sei lá, menos zero porcento? Tomava anticoncepcional pra não engravidar, mas já não engravidaria de qualquer jeito, porque transar também eu não queria. 
Mas ok, dava pra manter.
Até que no fim de dezembro e início de janeiro, apresentei comportamento depressivo, até tentar o suicídio. É... Os hormônios tinham brincado demais com o meu psicológico.

Ninguém ligou uma coisa a outra, eu me recuperei e tudo voltou ao normal. Nada demais... além do meu cansaço absurdo e contínuo que não parava um segundo e da minha facilidade para ficar doente. Cheguei na endocrinologista certa de ter uma doença gravíssima, e o resultado dos exames foi simplesmente: baixa excessiva de testosterona, vitamina B e androsterona, causadas pela pílula anticoncepcional.

Comecei a repor a testosterona e a vitamina e fiquei até ok. Mas ela não funcionou como deveria, e a endocrinologista mandou dobrar a dose pro próximo frasco (que ainda nem cheguei a tomar). Acabou o frasquinho, e como meus remédios são manipulados, eles demoram a ser feitos. Então, logo eu comecei a apresentar sintomas depressivos novamente. Somados aos problemas pessoais, estou retomando meu dezembro sombrio.

Não consigo escrever mais. Choro com frequência. Não vejo sentido na vida e já pensei, novamente, em passar um dia inteiro dormindo (para melhor avaliação, eu sou uma pessoa em meu estado normal que não SUPORTA dormir). Tudo isso por causa de uma combinação de hormônios maldita.

E sabe qual o pior? Eu ainda não consegui me desvencilhar da pílula. Por isso digo, e tenho absoluta certeza disso, que a pílula é um elemento de doutrinação feminina à serviço do patriarcado. Não engravidamos, mas ficamos sucetíveis à tudo. Inclusive à morte.

Esse post não ficou bonito como os outros, nem edificante, nem bombástico. É um relato da minha vida; também é uma satisfação por eu estar tão longe de vocês ultimamente. É um desabafo. Mas principalmente, é um alerta para o mal que a pílula anticoncepcional pode causar.


E ME DESEJEM SORTE! Porque também é um alerta para que eu tome coragem de vez e consiga largar esse veneno.


Comentários

  1. Karol, eu tomo o Tantin, há 3 anos, de três semanas pra cá venho sentindo dores terríveis na minha perna, tipo latejando, só que doía todo tempo, comecei a tomar após uma intervenção cirúrgica que tive que fazer em 2013 devido há um cisto no ovário direito, após a cirurgia,depois de fazer uma Ressonância magnética fui diagnosticada com Síndrome do Ovário Policístico, minha ginecologista me passou Tantin, comecei a toma-lo em 2013. E após o anticoncepcional sinto dores na minha musculatura tanto dos braços quanto das pernas, mas essas últimas três semanas as dores nas pernas ficaram insuportáveis, parei com o anticoncepcional, na quinta-feira agora dia 08/09, li uns posts sobre trambose e fiquei mega assustada, por incrível que pareça minhas pernas já não doem mais, marquei a médica para Quarta-feira agora dia 14/09. Estou com medo, do que ela vai falar.

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