Cesariana x Parto Normal

Costumo bater bastante nessa tecla nas minhas conversas com outras mães. Principalmente as que tem mente aberta para debater esse tipo de assunto. Quando postei no facebook, foi alvo de muita polêmica. E se você está grávida ou já é mãe, com certeza já ouviu falar nesse duelo.
Com a modernidade, a cesariana apareceu, sendo a opção de muitas mulheres por um parto sem dor. Mas veio também a geração de mães que queriam ser "completamente participativas" na hora de dar à luz seu bebê. Ok, né? Até a hora em que querem decidir qual método é melhor. E geralmente, a cesariana é tristemente atacada por ser um método "não natural". Já ouvi muitas mulheres, inclusive famosas, dizerem que a cesariana é uma fuga para as mulheres que tem medo da dor, e que se consideram mais mães por optarem pelo parto normal. Peraí, MAIS MÃES? Como assim? Ou é mãe, ou não é. Ponto.
E esses argumentos em detrimento da cesária são inúmeros. E quase todos, infundados. "O parto normal é a opção mais segura", "nosso corpo foi feito para isso", "o risco de infecção é maior", "as mulheres antigamente tinham filhos assim e não havia cesária", "a dor do nascimento dignifica o sentimento materno"etc. etc. etc. Primeiro: o parto normal, que é a opção mais segura pra você, pode não ser pra outra mulher. Nem toda mulher tem o corpo feito para isso, nem toda mulher tem passagem. Tanto é que a taxa de mortalidade das mulheres na hora do parto era altíssima há anos atrás. Quanto ao risco de infecção, desvendo-lhes um mistério: ele é mínimo. Menos de 20% das mulheres que optam pela cesariana ou necessitam de uma cesariana de emergência contraem infecção hospitalar. E a "dor do nascimento" não te torna menos ou mais digna do título materno. Eu, enquanto grávida, li vários artigos em que se julgava que o parto normal era a melhor opção, etc. Mas na verdade, o corpo da mulher é DELA. Ela, e somente ela, pode decidir o que é melhor. Não estou defendendo a cesariana, nem o parto normal. Defendo sim, o direito de escolha da mulher sobre o próprio corpo. A ausência da dor não interfere em como aquela mãe vai acalentar seu filho à noite, levá-lo ao pediatra, brincar com ele, dar esporro quando fizer besteira. Indiferente do parto. Cesarianas, partos normais, o que tem que se dignificar é a beleza do nascimento, da vinda ao mundo, do milagre que é gerar uma vida. A forma como você dá valor a isso, sim, te torna mãe. Ou não.

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