Dos sustos da maternidade

Hoje Gael ficou quase de pé pela primeira vez. Deixei-o no berço e quando vi, lá estava ele, com os joelhos genuflexionados, apoiado no trocador tentando apanhar uma das pomadas para brincar. Eu olhei aquela cena e, depois do susto, fiquei pensando que ele está crescendo. Amanhã ou depois, estará andando, falando, perguntando, entendendo, respondendo. Me bateu um medo, um susto tão grande que se eu pudesse desistiria ali mesmo. Onde aperta pra desistir?  E o medo de falhar? De não educar direito?
"Talvez eu devesse mimar menos.  Talvez eu devesse mimar mais. Eu deveria ter mais tempo pra ele. Eu deveria deixar ele ter o tempo dele sozinho. Eu poderia ser mais presente e dar mais segurança a ele. Eu poderia me dedicar mais a mim e ajudar na independência dele. Eu poderia cercar mais esse berço pra que nada aconteça. Eu poderia deixar o berço como está pra que ele aprenda com os desafios a se manter longe do perigo.  Eu poderia, eu deveria..."

Esse medo de criar errado é horrível. Medo de que ele siga por outro caminho, de que se machuque, de que não se torne uma pessoa digna e tudo o mais. Às vezes olho meu filho e fico apavorada quando meu pensamento voa pro futuro, em seus 16 ou 17 anos. Ele vai ter boas companhias? Vai ser responsável? Vai saber discernir o certo do errado?

Por isso dou meu melhor a cada dia que passa. Crio como acho que deve ser. Afinal, filho não vem com bula e cada um é único. Se dá mais ou menos colo, se mima mais ou menos, se briga, se não briga, não interessa: depois que fui mãe, descobri que cada uma sabe educar seu filho, não interessa o modo. Não interessa quem pensa o quê sobre o que você faz ou não faz, só você sabe o que é melhor pro seu filho. Por isso faço minha parte todo dia, e crio meu filho pra um mundo melhor.

Comentários

  1. Cada uma de nós cria o filho de um modo, e mesmo que no futuro ele não ou eles não sejam o que almejamos, a cada texto tenho certeza de que ambas fizeram a sua parte, impecavelmente, não se julgue tanto, você exerce o seu papel de MÃE muito bem, basta o Gael fazer o papel de filho, e te orgulhar.

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